quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Mais um aniversário


Quando criança, contávamos os dias para o próximo aniversario. Era uma data ansiosamente esperada, por vários motivos. Presentes, festas bajulações. Esse dia especial era muito aguardado para ser extremamente vivido. Brincadeiras com os pais, avós e tios.
Meu pai, sempre muito trabalhador, me garantia bons presentes. Embora essa coisa de fazer aniversário perto do natal fosse meio complicada, reivindicar dois presentes nunca foi tarefa fácil.
Meu avô Euclides sempre chegava com um presentinho e dizia com o seu sotaque nordestino : "Venha cá meu neto, fique perto mais eu..."
Acho que eu tinha uma certa predileção de sua parte. Também foi num desses aniversários que minha Avó Maria nos deixou. Eu fazia 10 anos. Dormindo como um anjo ela nos deixou com toda a saudade do mundo. Um dos últimos marcou uma nova fase na minha vida, prospera e feliz.
Mas o fato é que com o passar do tempo essa data passa perder um pouco dessa mágica, pois a cada ando significa que faltam um ano a menos em sua vida. Então passamos a não querer que o aniversario chegue tão depressa. É tudo tão contraditório. Antes temos todo o tempo do mundo e queremos que tudo passe rápido, num movimento frenético alucinante. Depois, que não temos mais esse "todo tempo do mundo", queremos que as coisas passem mais devagar para que possamos aproveitar mais nossa estada nessa vida.
Alguns pode chamar de maturidade. Eu chamo de consciência. Chegamos ao ponto de conhecer os verdadeiros objetivos. Que a vida deve ser bem vivida em todas as suas fases. Cada fase é única e NUNCA MAIS retornará. Como diria o Lulu... "nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia.... tudo passa... tudo sempre passará."
Ter a real noção de que nosso tempo é limitado e temos que aproveitá-lo o máximo possível para amar, pois no final tudo que levamos é o amor. O amor que flui e nos une. O amor que temos por nossos antepassados e entes queridos. Que o meu tempo de vida possa ser contado pela intensidade do meu amor e não pelos anos. O amor é a lei, o amor é a ligação.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

O que fazer com essa tal de Realidade ?

O fim do ano está chegando. Há certa expectativa para fazer uma viagem, passar os dias finais do ano com a família.

Porém uma coisa me incomoda. Geramos tanta energia, em meses de expectativas, que serão gastas em poucos dias. E depois tudo recomeça.

No final há uma mistura de realização e frustração. Momentos tão prazerosos que duram tão pouco.

E depois, voltamos para a guerra do dia a dia, trabalho, dinheiro, trânsito. Isso destrói muitos sonhos.

Faz as pessoas desistirem de correr atrás dos seus bons momentos, porque na curva final a realidade nos espera.

E na realidade tudo que queremos que nossa vida passe rápido para o próximo final de semana, ou feriado ou algum outro evento.

Assim vamos deixando a vida escorrer pelos dedos, como um punhado de areia.

Como fazer para a Realidade ser prazerosa? Esse é o segredo.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Cirurgia da Raquel

Ontem  a  Raquel  teve que  fazer  uma  cirurgia  para  retirar  a vesícula. Chega  de  dores.  O procedimento foi  bem sucedido e ela  já  está se  recuperando. Mas  nada de  chambaril !!!   eca !!!

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Num parque....

Enquanto olho o João brincar num parque, num feriado, percebo outras famílias fazendo seus piqueniques.

Toalhas estendidas na grama, crianças correndo de um lado a outro sob o olhar atento de seus pais. Num instante viajo a minha cidade natal onde minha família nos levava ao zoológico nos feriados.

Criado com meus irmãos e primos, era uma grande festa quando todos se encontravam no zoológico. Nossa, quanto tempo! Naquela época ainda era chamado de Horto Florestal.

Mas já tínhamos a companhia dos animais. Lembro-me bem que o grande destaque na época era o chimpanzé, que era muito temperamental.

Durante todo o dia, havia as brincadeiras intermináveis no parquinho, enquanto as mães e tias conversavam alegremente sobre os maiores problemas do mundo que aconteciam exatamente ali em nossa família.

Na hora do almoço, não poderia faltar o famoso frango com farofa, terror dos adolescentes e jovens, mas nessa época nem ligávamos. Tudo era diversão!

Estávamos no florescer de nossas vidas. Tudo que ansiávamos era comer logo para retornar as brincadeiras, ninguém pensava em ir embora.

Dias felizes, que não voltam mais. Alguns não estão mais presentes, a Tia Morena, o Flávio e Vó Santina se juntaram a nossos antepassados em algum lugar para quem sabe fazer um grande piquenique de luz. Provavelmente nos esperando. Mas não ainda.

Por isso temos que saborear todos os pequenos momentos de nossa vida, pois esses não irão mais retornar. Esses momentos ficarão sempre escritos na aurora dos nossos tempos, acessível apenas por nossas lembranças.

O João senta sozinho numa gangorra, precisa de um contrapeso do outro lado para se divertir. Bom, agora é minha vez de ajudar a criar a estória dele.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Você Estava Lá


E lá estava você, numa linda manhã de sol encantada pela grande aventura. Era difícil de acreditar, mas seu rosto ainda não tinha percebido que ali não era mais sua casa, nem seu país, pois ele estava a milhares de quilômetros. Tudo era diferente, as sensações, o gosto e cheiro. Eu me divertia com suas surpresas, queria vivenciar cada uma delas. Um dia aconteceu comigo, mas não tinha ninguém para dividir minhas descobertas. Tudo que me restava era um quarto solitário de hotel. Agora não, você estava ali. Ensaiei muitas vezes o meu retorno, mas apenas há pouco tempo você fazia parte dos ensaios, por fim você estava lá. E eu amei cada momento.
Você estava lá, com seu sorriso maroto, cheio de vida aproveitando ao meu lado. Companheira das grandes aventuras. Você sempre está lá, como o pilar que sustenta uma grande catedral. Sim você sempre está lá, seja no topo de uma pirâmide ou nos nossos sonhos mais eloqüentes. De aeroporto em aeroporto, embarcamos na emoção de viver nossa vida, nossa história. E em toda a minha vida VOCÊ SEMPRE ESTARÁ LÁ. Que assim seja e assim se faça.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Mais um

Sou mais um na multidão, pensou o andarilho enquanto caminhava sem rumo.
Os olhos das pessoas cheios de preocupação com os seus próprios problemas. Imagine cada uma dessas pessoas com uma boa quantidade de problemas! E às vezes pensamos que somos os únicos a ter.
São os desafios da vida que são colocados em nosso cenário, ou formados a partir de nossas escolhas. Mas são esses desafios que nos torna melhores ou piores.
Um casal se aproxima e ele pode notar que estão preocupados com a vida de outras pessoas. Então nessa equação temos os nossos problemas mais os dos outros. Conseguiremos resolver? Não.
Então por que me preocupar? Se um problema não tem solução é porque já está resolvido.
Ele decide então viver mais sua vida e deixar que os outros vivam a deles. Ele sabe que quando você muda, o mundo muda também, porque tudo é uma coisa só. Se ele resolver os seus problemas e viver bem já estará ajudando a melhorar.
Respirou fundo e voltou a sua vida.

domingo, 2 de agosto de 2009

Viver nossos sonhos

O andarilho caminha no parque, um som de seus fontes o remete ao passado. Onde a inocência predominava . Onde podia-se ter sonhos gigantescos, pois os problemas era pequenos. A medida que se envelhecemos aparece o trabalho, a necessidade de ganhar dinheiro, relacionamento, família, filhos, saúde ... os problemas aumentam e os sonhos diminuem. Tanto já sonhou, tanto já conquistou, ainda sente o gosto e as lembranças de sua última conquista. Mas não importa, há um vazio, precisa de um outro sonho que preencha esse espaço. Sim precisa de sonhos, pois acredita que "os sonhos são o alimento da alma". Geralmente para conquistar um sonho é necessário planejar cada passo. Visualizar cada ato que nos levará a conquista. Mas como é difícil com tanta coisa para se fazer.... dinheiro, trabalho, família ....

Porém isso não deve se tornar um impedimento, precisamos sonhar e focar suas conquistas. Ele sabe que conquista de um sonho lhe traz vida. Então vamos viver . Vamos viver nossos sonhos.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Luto

    Depois de  algum  tempo  volto para  dizer que  estamos de luto. Esse mês  de junho de  2009, está  sendo de fortes emoções. Em  pouco  tempo  tenho que  dizer adeus  a  pessoas  queridas,  as  quais não as verei mais nessa existência  e  a saudade  vai deixar  sua  marca mais  uma vez.
Sigam em  Paz : Vovó  e Yuri.

domingo, 12 de abril de 2009

Volta Redonda

Hoje tive uma grata surpresa ao abrir a revista do Correio Brasiliense, publicada aos domingos. Encontrei na coluna "O berço da palavra ", desenvolvida por Marcio Cotrim( www.marciocotrim.com.br), que gosto sempre de ler, uma referência a minha querida terra natal. Com muito orgulho e saudade eu reproduzo o trecho sobre Volta Redonda.
"O leitor João Carlos Taveira, de Brasília, DF, pergunta a origem do nome da cidade fluminense de Volta Redonda, também conhecida como Cidade do Aço. Um pouco de história. Em 1765, José Alberto Monteiro recebeu da Coroa Portuguesa uma sesmaria à margem do Rio Paraíba do Sul, onde hoje se acha a maior parte do território do município. A partir de então, algumas povoações cresceram próximas às grandes fazendas de café, gradualmente substituídas por fazendas de gado. Em 1832 é criado o município de Barra Mansa e Volta Redonda faz parte de suas terras. Em 1874 surgem aspirações de autonomia do lugarejo e em 1926 Volta Redonda vira distrito de Barra Mansa. Em 1946 entra em operação a Companhia Siderúrgica Nacional e em 1954 a cidade é, finalmente, emancipada de Barra Mansa. Mas por que o nome Volta Redonda? Simplesmente por causa da curva do Rio Paraíba do Sul que, vista de cima e pintada pela artista plástica Alda Rodrigues, deu origem ao nome do município. Não deixa de ser um certo pleonasmo, já que não existe volta quadrada ou volta triangular, como observa Taveira. Seja como for, pleonasticamente ou não, a cidade prospera e, segundo pesquisa feita pela Universidade Federal Fluminense, ostenta a melhor qualidade de vida do interior do estado do Rio, motivo de orgulho para seus felizes 450 mil habitantes . . . "

segunda-feira, 23 de março de 2009

Mais um outono

Já sinto o vento frio do outono em meu rosto. As mudanças já começaram. De tempos em tempos a roda do destino move suas engrenagens nos trazendo novos desafios. O colorido do céu de outono nos mostra que mesmo que haja um inverno rigoroso a frente, tudo é feito a nosso favor. O inverno nas nossas vidas é necessário para que o velho morra e possa florescer o novo na primavera.
Assim apensar do inverno se anunciar rigoroso, as luzes do céu de outono nos deixaram fortes e atravessarmos esse inverno como se fosse parte do outono.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

O Amor...

O que é o amor ? Como encontrar o amor ?
Cada um tem sua receita. É possível encontrar o amor na adolescência ou na juventude ?
É uma questão complicada, pois nessa fase vivemos apaixonados.
Amamos e desamamos com uma facilidade incrível, tornando aquilo que chamamos de amor num sentimento banalizado.
Amor é mais que isso. É mais que um desejo de sexo, mais que uma vontade de estar com uma pessoa apenas para amenizar nossa solidão.
O amor devora as paixões. Não se submete a elas. Muitas vezes se esconde nelas, afinal somos movidos a paixões.
Mas o amor é a vontade de viver, de compartilhar, de sentir prazer no companheirismo. O amor é renúncia, é entrega, é pensar no outro antes de si mesmo.
O amor nos remete a um lindo lago azul, onde as ninfas brincam, entre elfos e fadas. Ao som musical do vento, numa linda tarde de verão.
A paixão muitas vezes é um potente motor, mas o amor é a essência da própria vida.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Mangás

Eu como um bom ocidental não consigo entender a graça de ler um gibi ao contrário !

Sempre li os gibis da Disney e do Mauricio de Souza. Aliás foram os meu companheiros na minha alfabetização. Tanto que participo de uma comunidade "sou fã do superpato".

Os japoneses deveriam ter ficado com os seriados de monstros, que até eram legais, como os Spectroman, Utraseven... e muitos outros. Agora resolveram avacalhar.

Já não bastavam terem transformado os desenhos do Batman e o Homem Aranha com personagens de olhos enormes. Acho que sempre foi um trauma japonês, que apesar de enxergarem muito bem, não gostam dos seus olhos puxados.

A Larrisa, prima da Raquel, me apresentou alguns. Olhei com espírito de interesse, para pelo menos saber ao certo se o meu preconceito tinha fundamento.

E segue o meu preconceito.

Um dia entrei numa banca e me deparei com um gibi da Mônica em formato mangá. É o fim dos tempos. Como em são consciência poderia ler o cebolinha e o cascão de trás pra frente ?!? Não, definitivamente não dá.

E continua meu preconceito, mais inflamado porque agora invadiram a cultura nacional. Será que eles terão medo do Penadinho ??? Tomara que quando o cascão tomar um banho, a água cai em cima de todos os mangás ! Crueldade.

Domingo passado fui almoçar na casa da Larissa. Assim que cheguei ela olhou e disse que tinha um presente para mim. Me entregou uma coleção de 12 mangás do Death Note.

Não sabia o que dizer, então resolvi desarmar. Disse a mim mesmo, que é bom as vezes quebrar alguns paradigmas. Me despi do preconceito e peguei os mangás.

Não sei o que aconteceu, estou no final do primeiro volume. Será que ele passa o livro adiante no final ?

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

"Quando o mundo não é movido pela religião, nem pelo dinheiro, é pelo sexo."

Artur Paulino (Babú)

domingo, 11 de janeiro de 2009

O Novo e o Velho


    Num canto de sua sala, a meia luz, o andarilho navega pela internet. Vai a lugares que nunca conheceu e a lugares que ainda irá. Desde cedo a tecnologia fez parte de sua vida. Ele é de um tempo que não existiam telefones celulares, caixas eletrônicos e computadores eram trambolhos inacessíveis, muitas vezes só vistos em filmes de ficção.
    Acompanhou todo o desenvolvimento da tecnologia e transformou isso a seu favor. Hoje depende dela para o seu sustento. Mas também usa a mesma tecnologia para buscar o seu passado, suas origens. Aprendeu que a tecnologia nos mostra que, na verdade, nosso futuro está no passado. Não tecnologicamente falando, mas a visão humanitária que perdermos, só pode ser encontrada no limiar de nossa era.
    Onde os homens interagiam sentados ao redor de uma fogueira, olhavam uns nos olhos dos outros enquanto comiam e bebiam.
    O tempo passava mais devagar. O stress praticamente não existia. Os Deuses eram mais humanos, estavam mai s perto da realidade terrestre participando da vida cotidiana de todos. Estávamos mais preocupados em entender a natureza e conviver com Ela. Não havia ONGs querendo salvá-la, pois tudo era uma coisa só. Havia a consciência que éramos parte da natureza e a destruindo estaríamos destruindo a nós mesmos.
    Há um paradoxo no qual o andarilho convive diariamente. Através do novo ele busca o antigo, reaprende o caminho das brumas e busca o conhecimento da Terra das Maçãs.
    Ele fecha o seu notebook e olha para a lua cheia, respira fundo, faz uma reverencia a Deusa mais antiga e vai dormir. Amanha é um novo dia, um novo tempo e uma nova história de nosso planeta, que um dia será contada nas sendas do tempo, ou não.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Bolhas de Sabão


Numa tarde , me peguei olhando uma doce menina brincando de bolhas de sabão. Inocentemente espalhava bolhas em toda a sala. Pequenas, grandes e coloridas . Essa inocente brincadeira que ficou esquecida nos primórdios de minha infância. Era capaz de ficar horas e horas soprando através de um arame com uma rodela na ponta. A cada sessão de bolas, o arame era mergulhado num copo cheio de água com sabão em pó. As vezes esses copos faziam uma sujeira de deixar as mães doidas. Agora não, a água com sabão, ficam numa embalagem ajustada ao arame, que tem na sua ponta uma tampa, facilitando o transporte do brinquedo se fazer sujeira. Mas toda a reengenharia do brinquedo não tirou a magia das bolhas sopradas ao ar. Cada bolha tem sua magia própria. Cheia de cores que se movem, flutuam no meio do caos e criam a expectativa de quando irá explodir para outras tomarem o seu lugar.
Resolvi tentar. Peguei o brinquedo, que maneiro ! Eu ainda sabia brincar. Senti o doce gosto da inocência, que há anos não sabia o que era. Não me lembro do tempo que fiquei soprando naquele brinquedo e a cada bolha era um surpresa. A cada bolha uma brincadeira diferente. Sim a criança ainda mora dentro de nós. É só deixar-la brincar.
Dançar no meio das bolhas de sabão, é como se elas fossem capaz de te transportar a um lugar que você conhece muito bem, mas que o tempo e a vida adulta nos insiste em fazer esquecer.
Mas por uns momentos eu estava feliz, feliz comigo mesmo, feliz com a vida, feliz por ter deixado minha criança brincar, de ter provando novamente a inocência da minha infância.
Abençoada sejam as crianças pequenas e as grandes, abençoada seja Iris.