quarta-feira, 20 de junho de 2007

Ecografia

Me encontrava na penumbra de um consultório, de frente a uma máquina que eu já conhecia bem : um computador.
Mas aquele era diferente, haviam controles diferentes, cores diferentes e cabos diferentes. Concentrado no fundo da tela negra, quase não me dei conta de que ela ficara totalmente azul.
E qual foi o meu susto, quando percebi aquela figura no monitor, fiquei chocado.
No meio de tantos riscos e rabiscos, uma forma brilhava naquele pequeno palco. Eram braços e pernas passando, como se estivesse no meio de uma apresentação de ginástica artistica numa piscina.
Os meus neurônios retardados pela súbita visão, esqueceram de dizer que eles não poderiam chorar, naquele momento para não embaçar aquela bela imagem.
Deitada na cama ao lado, estava a mãe, que nada mais se observava, a não ser o grande sorriso estampado na sua face.
Em alguns momentos, eu podia ver sua cara de surpresa ao ouvir uma batida alta e forte, captada pela maquina. Era o coração. Um coração valente, sinalizando que estava ali e vivo. Uma batida que já mostra a felicidade de estar de novo no mundo, experimentar a Vida.
E aquela pessoa continuava bailando no seu berço temporário, para uma platéia especial, que se extasiava a cada movimento.
Depois da apresentação a tela voltou a ficar escura. Que chato, eu queria Bis.
Mas pela primeira vez nos vimos, quase cara a cara, nós e nosso bebê.
Muito Prazer somos seus pais babões !!!