O Andarilho, depois de muito tempo, retorna a sua terra natal. Anda pelas ruas olhando todas as mudanças que aconteceram nesse período. Anda pela multidão olhando os rostos das pessoas e se dá conta que não conhece mais ninguém. Não encontra mais ninguém, nenhum amigo. Ninguém de outrora aventuras. Onde eles estão? Nenhum amor antigo, nenhum ex-melhor amigo, apenas os lugares onde ficaram encrustadas as lembranças de uma vida.
O que aconteceu? Ele tinha razão, “tudo muda o tempo todo no mundo.” E a cidade natal dele mudou. E sentiu essa mudança justamente no Natal. É como se os vínculos fossem desaparecendo, os rostos antigos sumiram na bruma dos tempos, os novos te fazem lembrar uma musica do Pink Floyd, tudo diferente, mas tudo igual. Não faz menor importância para o Andarilho. Ele nunca viu aqueles rostos, nunca compartilhou nenhuma emoção ou aventura com eles, são “alienígenas” que invadiram sua terra.
Ele continua caminhando, com um sentimento depressivo. Será que ele ainda pertence a aquele lugar ? As lembranças permanecem vivas, de um passado tão distante, que parecem que foi ontem. Tudo está diferente, o transito, vegetação, pessoas. Talvez ele tenha sido abduzido e devolvido 50 anos depois. E mais uma vez ele tinha razão “Nada do que foi será, de novo do jeito que já foi um dia.” Então ele se dá conta que tem que viver o momento em sua cidade, pois da próxima vez que voltar, tudo estará diferente de novo.