Mais uma copa que passou e que o Brasil não jogou nada. Não sinto mais a empolgação dos tempos de moleque. Minha grande copa foi de 1982 na Espanha. Enfeitamos a rua, havia muitos naranjitos desenhados. Aquela seleção parecia imbatível. Era barbada, titulo certo. E eu como milhares de adolescentes brasileiros sonhávamos em comemorar o campeonato mundial. Após cada jogo o campinho de terra nos esperava. Ninguém marcava nada,mas todos sabiam que depois do jogo tinha uma pelada no campinho. Era quase uma prorrogação do jogo, mas estrelado agora por nós. Pelo menos assim era o sentimento. Até o fatídico jogo com a seleção da Itália, onde fomos eliminados. Tristeza, sonhos destruídos, aquele Paolo Rosi não tem noção do que fez. Nós o odiávamos. Naquele dia não houve pelada no campinho.
Os anos se passaram e esse sonho foi ficando em segundo plano. Havia coisas mais importantes, responsabilidades que vamos assumindo. Em 1994 vibrei com o titulo esperado, fomos as ruas comemorar. Mas já não era mais a mesma coisa. Não tinha o sabor esperado. Em 1998 tudo parecia uma grande marmelada. Em 2002, mais um titulo. E mais atribuições e mudanças que nortearam a vida. A comemoração foi um passeio no centro da cidade por pouco menos que uma hora. Em 2006 mais mudanças, mais responsabilidades e quanto a seleção canarinho, um descrédito total. O futebol já não é o mesmo. E agora, em 2010, nem passa perto do futebol de 1982. Não empolga nada, não é a toa que saímos nas quartas, com jogos muito ruins.
A próxima é aqui no Brasil, 2014. Será que poderei realizar o meu sonho de menino. Comemorar como se fosse a conquista mais importante da minha vida ?
Vibrar e torcer e viver toda a parte dessa adolescência não vivida ? Será que participarei de uma nova edição da copa de 1950. Talvez seja melhor ficar pensando se teremos folga no jogos do Brasil ou teremos que voltar a trabalhar.
A Espanha, congratulações. Mesmo sem demonstrar um grande futebol com muitos gols, conquistaram a copa na raça, na vontade de ganha. É assim a falta de talento se compensa com raça e vontade. Parabéns
¡Viva España!
