terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Mangás

Eu como um bom ocidental não consigo entender a graça de ler um gibi ao contrário !

Sempre li os gibis da Disney e do Mauricio de Souza. Aliás foram os meu companheiros na minha alfabetização. Tanto que participo de uma comunidade "sou fã do superpato".

Os japoneses deveriam ter ficado com os seriados de monstros, que até eram legais, como os Spectroman, Utraseven... e muitos outros. Agora resolveram avacalhar.

Já não bastavam terem transformado os desenhos do Batman e o Homem Aranha com personagens de olhos enormes. Acho que sempre foi um trauma japonês, que apesar de enxergarem muito bem, não gostam dos seus olhos puxados.

A Larrisa, prima da Raquel, me apresentou alguns. Olhei com espírito de interesse, para pelo menos saber ao certo se o meu preconceito tinha fundamento.

E segue o meu preconceito.

Um dia entrei numa banca e me deparei com um gibi da Mônica em formato mangá. É o fim dos tempos. Como em são consciência poderia ler o cebolinha e o cascão de trás pra frente ?!? Não, definitivamente não dá.

E continua meu preconceito, mais inflamado porque agora invadiram a cultura nacional. Será que eles terão medo do Penadinho ??? Tomara que quando o cascão tomar um banho, a água cai em cima de todos os mangás ! Crueldade.

Domingo passado fui almoçar na casa da Larissa. Assim que cheguei ela olhou e disse que tinha um presente para mim. Me entregou uma coleção de 12 mangás do Death Note.

Não sabia o que dizer, então resolvi desarmar. Disse a mim mesmo, que é bom as vezes quebrar alguns paradigmas. Me despi do preconceito e peguei os mangás.

Não sei o que aconteceu, estou no final do primeiro volume. Será que ele passa o livro adiante no final ?

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

"Quando o mundo não é movido pela religião, nem pelo dinheiro, é pelo sexo."

Artur Paulino (Babú)

domingo, 11 de janeiro de 2009

O Novo e o Velho


    Num canto de sua sala, a meia luz, o andarilho navega pela internet. Vai a lugares que nunca conheceu e a lugares que ainda irá. Desde cedo a tecnologia fez parte de sua vida. Ele é de um tempo que não existiam telefones celulares, caixas eletrônicos e computadores eram trambolhos inacessíveis, muitas vezes só vistos em filmes de ficção.
    Acompanhou todo o desenvolvimento da tecnologia e transformou isso a seu favor. Hoje depende dela para o seu sustento. Mas também usa a mesma tecnologia para buscar o seu passado, suas origens. Aprendeu que a tecnologia nos mostra que, na verdade, nosso futuro está no passado. Não tecnologicamente falando, mas a visão humanitária que perdermos, só pode ser encontrada no limiar de nossa era.
    Onde os homens interagiam sentados ao redor de uma fogueira, olhavam uns nos olhos dos outros enquanto comiam e bebiam.
    O tempo passava mais devagar. O stress praticamente não existia. Os Deuses eram mais humanos, estavam mai s perto da realidade terrestre participando da vida cotidiana de todos. Estávamos mais preocupados em entender a natureza e conviver com Ela. Não havia ONGs querendo salvá-la, pois tudo era uma coisa só. Havia a consciência que éramos parte da natureza e a destruindo estaríamos destruindo a nós mesmos.
    Há um paradoxo no qual o andarilho convive diariamente. Através do novo ele busca o antigo, reaprende o caminho das brumas e busca o conhecimento da Terra das Maçãs.
    Ele fecha o seu notebook e olha para a lua cheia, respira fundo, faz uma reverencia a Deusa mais antiga e vai dormir. Amanha é um novo dia, um novo tempo e uma nova história de nosso planeta, que um dia será contada nas sendas do tempo, ou não.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Bolhas de Sabão


Numa tarde , me peguei olhando uma doce menina brincando de bolhas de sabão. Inocentemente espalhava bolhas em toda a sala. Pequenas, grandes e coloridas . Essa inocente brincadeira que ficou esquecida nos primórdios de minha infância. Era capaz de ficar horas e horas soprando através de um arame com uma rodela na ponta. A cada sessão de bolas, o arame era mergulhado num copo cheio de água com sabão em pó. As vezes esses copos faziam uma sujeira de deixar as mães doidas. Agora não, a água com sabão, ficam numa embalagem ajustada ao arame, que tem na sua ponta uma tampa, facilitando o transporte do brinquedo se fazer sujeira. Mas toda a reengenharia do brinquedo não tirou a magia das bolhas sopradas ao ar. Cada bolha tem sua magia própria. Cheia de cores que se movem, flutuam no meio do caos e criam a expectativa de quando irá explodir para outras tomarem o seu lugar.
Resolvi tentar. Peguei o brinquedo, que maneiro ! Eu ainda sabia brincar. Senti o doce gosto da inocência, que há anos não sabia o que era. Não me lembro do tempo que fiquei soprando naquele brinquedo e a cada bolha era um surpresa. A cada bolha uma brincadeira diferente. Sim a criança ainda mora dentro de nós. É só deixar-la brincar.
Dançar no meio das bolhas de sabão, é como se elas fossem capaz de te transportar a um lugar que você conhece muito bem, mas que o tempo e a vida adulta nos insiste em fazer esquecer.
Mas por uns momentos eu estava feliz, feliz comigo mesmo, feliz com a vida, feliz por ter deixado minha criança brincar, de ter provando novamente a inocência da minha infância.
Abençoada sejam as crianças pequenas e as grandes, abençoada seja Iris.